O coletor surge como um objeto que proporciona a visualização da presença da água no ar através da transformação dessa umidade em forma gasosa, em água líquida. Como visto nas pesquisas apontadas anteriormente, o fenômeno natural dos Rios Voadores é uma das grandes determinantes para se manter a umidade do ar nas diversas regiões em que passa. Os ventos vindos da região amazônica carregam essa imensa massa de água para o sul da América do Sul, fazendo com que passe por grande parte do Brasil, Chile, Argentina etc. Com o simples ato de intencionar a condensação da água gasosa contida no ar que nos rodeia em água em sua forma líquida, o coletor pretende proporcionar a percepção da presença física e influência desse fenômeno e, diretamente ligada a ele, da floresta amazônica.
A floresta está em nossas cidade, nos rodeia como um todo através das gotículas de água presentes do ar derivadas da evapotranspiração das árvores da Amazônia. O coletor, desse modo, quando é instalado em uma cidade, funciona como uma lente que nos permite enxergar essa presença, até então, invisível.
Além de servir como meio de visualização e conscientização da importância da floresta amazônica para as demais cidades brasileiras, o coletor não deixa de servir também como um “produtor” de água que pode ser utilizada para diversos fins.
PARTIDO
O COLETOR
O Coletor foi idealizado para funcionar tanto individualmente, como em agrupamentos de volumetrias variadas. Seu módulo é constituído por estrutura em bambu, tirantes de fixação e malha raschel de polipropileno. Seu esquema de captação, como módulo, é simples. Baseando a ação da condensação da água na malha e polipropileno, é interessante que a mesma ocupe o máximo de área possível. Os bambus, além de servirem para estruturar o módulo, vão também conter a água em estado líquido e direcioná-la para um local de armazenamento.
A forma escolhida para constituir o módulo 01 do coletor foi o polígono regular hexágono pois:
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proporciona a maior área de coleta pela menor quantidade de estrutura necessária quando agrupada
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possui todas as arestas em ângulo, o que possibilita a descida natural da água coletada através do interior do bambu
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Quando agrupados, os hexágonos conformam ângulos de 120 graus em todos seus vértices. Essa liga tripla de 120 graus constitui o arranjo mais estável considerando os esforços de tração e compressão
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Apesar de serem extremamente estáveis no plano vertical, o agrupamento como um “malha” é flexível horizontalmente, o que possibilita explorar volumetrias variadas e leves.
Piso duro reto
possíveis associações